terça-feira, 27 de agosto de 2013
IV CONFERÊNCIA NACIONAL INFANTO JUVENIL PELO MEIO AMBIENTE
A
Conferência na Escola é o momento em que estudantes, professores e
demais interessados reúnem-se para dialogar sobre como transformar sua
escola em um espaço educador sustentável, constituindo-se, assim, em um
lócus privilegiado para aprofundar o debate sobre o tema da Conferência
em nível local.
Nesse momento, cada escola: construirá ou fortalecerá a Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola - COM-VIDA que deverá organizar a conferência envolvendo a comunidade com o Tema Vamos Cuidar do Brasil com Escolas Sustentáveis.
A escola elaborará um projeto de ação, de acordo com os conhecimentos
adquiridos no cotidiano escolar e nos materiais encaminhados para o
processo da IV CNIJMA, a ser colocado em prática após o evento; criará
um material de educomunicação para divulgar o projeto; elegerá um
delegado ou delegada (e suplente); e compartilhará o resultado do
trabalho coletivo com outras escolas e com a comunidade.
Para entender como realizá-la consulte a publicação "Passo a Passo para a Conferência de Meio Ambiente na Escola".
Conferências nas Escolas (obrigatórias) – devem ser realizadas até 31
de agosto de 2013. Ficará a critério de cada escola a duração e a
programação, desde que obedecidos os princípios e critérios
estabelecidos no Passo a Passo para a Conferência de Meio Ambiente na
Escola. O cadastramento dos resultados da Conferência na Escola no site
da Conferência deve ser realizado até dia 07 de setembro de 2013. Os
cadastramentos incompletos ou fora do prazo não serão considerados.
Fonte: http://conferenciainfanto.mec.gov.br
Fonte: http://conferenciainfanto.mec.gov.br
quarta-feira, 14 de agosto de 2013
Entrevista
Mauricio Burim

Flexibilidade é uma virtude para o trabalho pedagógico
Mario Sergio CortelLa, filósofo, educador e autor de livros de educação, gestão, filosofia e ética
Publicado em 30/07/2013 | Brisa Teixeira, especial para a Gazeta do Povo
A
educação está em constante movimento e não combina com repouso. A
observação é do filósofo, mestre e doutor em Educação, Mario Sergio
Cortella, que defende que as pessoas não são resistentes à mudança, mas
não têm a formação necessária para chegar a esse processo.
Cortella diz acreditar que, para se aproximar do êxito, é preciso estar mais atento às oportunidades e aproveitá-las. Essa busca exige a capacidade de ser audacioso, sem cair na postura do aventureiro. Em entrevista para a Gazeta do Povo, ele disse que, por mais complicado que seja, mudar não é impossível. Confira os principais trechos da conversa:
Mudar é complicado no ambiente educacional?
De maneira geral, as pessoas não têm resistência para mudar. O que elas não têm é uma formação para essa mudança. Tolice é fazer as coisas sempre do mesmo jeito e esperar resultados diferentes. Toda vez que fazemos isso, não chegamos num ponto adequado. Precisamos ter cautela com o “mudancismo”; de ter de mudar o tempo todo. Há diferença entre ser flexível e ser volúvel. Flexível é aquele que muda a cabeça quando precisa. Volúvel é aquele que muda quando o vento bate.
Ser flexível é uma virtude que deve ser valorizada?
Sem dúvida. Uma virtude de inteligência. Um ser que não seja flexível não tem condição de sobrevivência. Darwin nunca disse que a sobrevivência era do mais forte; disse que era do mais apto. Aliás, se fosse dos mais fortes, os dinossauros estavam aí ainda. O mais apto é aquele que tem flexibilidade e, nesta hora, sem dúvida, a flexibilidade é uma virtude para o trabalho pedagógico.
Existe uma tendência pela resistência em mudar?
A primeira Lei de Newton diz que todo corpo tende a um movimento, a menos que alguma coisa o leve para o repouso. Vamos inverter: todo corpo tende ao repouso, a menos que alguma coisa o mantenha em movimento. Brincando com isso, qualquer organismo visa à economia de energia. Para economizar energia, você não precisa sair da área de conforto. Na área da educação, isso é muito arriscado. Por isso, mudar é complicado, mas não é impossível, e acomodar é perecer, mas não é definitivo.
É possível ficar na área de conforto no ambiente escolar?
Toda vez que você envolve a comunidade escolar traz pais, alunos, professores e funcionários para aquele circuito. Fica mais difícil ficar na zona de conforto. Há situações em que a pessoa se desloca da zona do conforto porque deseja fazer algo melhor e outras vezes ela é puxada. A palavra repouso nega a educação, pois educação significa mover-se a algum lugar. Nesta hora educação é movimento.
Para que a mudança ocorra é preciso estar atento às oportunidades?
Não pode estar distraído. A música do Zeca Pagodinha, que diz “deixa a vida me levar, vida leva eu”, não serve para a educação. Em educação tem de ser Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. É preciso antecipar, planejar e organizar. Ir lá e fazer.
A busca insaciável pela mudança tem a ver com insatisfação?
Existe uma insatisfação positiva e uma negativa, que é a da mera reclamação, resmungo, chateação. A insatisfação positiva quer mais e melhor. As grandes coisas na história da humanidade foram obtidas por homens e mulheres que não tinham uma satisfação por completo em relação ao que faziam. Queriam mais e melhor, mas não queriam só para si.
A educação precisa cuidar com os modismos?
A educação tem muito modismo. Mudar não significa mudar por qualquer razão e nem de qualquer jeito. Significa mudar com planejamento, estudo e avaliação. É preciso trazer aquilo que importa ser guardado e deixar para trás o que tem de ser colocado fora.
A educação como oportunidade ao êxito. A solução está na educação?
A solução está na educação, mas não só nela. Se a educação fosse capaz disso sozinha, o Brasil viveria uma contradição insolúvel. Nós somos a sexta economia mais rica do planeta, mas somos o número 66 em educação. Se fosse automático, como explicaria isso? Se a passarmos a 10.º em educação, seremos o primeiro do mundo [em economia]? Não é assim. Quando comparamos a qualidade da educação, temos de olhar a história do outro país, o investimento que fizeram, o tipo de aporte que conseguiram.
A tecnologia veio para contribuir ou para dificultar?
A tecnologia passou a ser a difusora de uma informação veloz e criou um fenômeno que leva a um choque de tempo. Os alunos são do século 21, nós somos do século 20 e os métodos são do século 19. Quando se junta esses três séculos, há uma colisão que envolve o docente, a família, a autoridade pública e o conjunto da sociedade. Precisamos romper esses atreladores que amarram demais a condição da educação e começar pela valorização do trabalho docente.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/educacao.
Cortella diz acreditar que, para se aproximar do êxito, é preciso estar mais atento às oportunidades e aproveitá-las. Essa busca exige a capacidade de ser audacioso, sem cair na postura do aventureiro. Em entrevista para a Gazeta do Povo, ele disse que, por mais complicado que seja, mudar não é impossível. Confira os principais trechos da conversa:
Mudar é complicado no ambiente educacional?
De maneira geral, as pessoas não têm resistência para mudar. O que elas não têm é uma formação para essa mudança. Tolice é fazer as coisas sempre do mesmo jeito e esperar resultados diferentes. Toda vez que fazemos isso, não chegamos num ponto adequado. Precisamos ter cautela com o “mudancismo”; de ter de mudar o tempo todo. Há diferença entre ser flexível e ser volúvel. Flexível é aquele que muda a cabeça quando precisa. Volúvel é aquele que muda quando o vento bate.
Ser flexível é uma virtude que deve ser valorizada?
Sem dúvida. Uma virtude de inteligência. Um ser que não seja flexível não tem condição de sobrevivência. Darwin nunca disse que a sobrevivência era do mais forte; disse que era do mais apto. Aliás, se fosse dos mais fortes, os dinossauros estavam aí ainda. O mais apto é aquele que tem flexibilidade e, nesta hora, sem dúvida, a flexibilidade é uma virtude para o trabalho pedagógico.
Existe uma tendência pela resistência em mudar?
A primeira Lei de Newton diz que todo corpo tende a um movimento, a menos que alguma coisa o leve para o repouso. Vamos inverter: todo corpo tende ao repouso, a menos que alguma coisa o mantenha em movimento. Brincando com isso, qualquer organismo visa à economia de energia. Para economizar energia, você não precisa sair da área de conforto. Na área da educação, isso é muito arriscado. Por isso, mudar é complicado, mas não é impossível, e acomodar é perecer, mas não é definitivo.
É possível ficar na área de conforto no ambiente escolar?
Toda vez que você envolve a comunidade escolar traz pais, alunos, professores e funcionários para aquele circuito. Fica mais difícil ficar na zona de conforto. Há situações em que a pessoa se desloca da zona do conforto porque deseja fazer algo melhor e outras vezes ela é puxada. A palavra repouso nega a educação, pois educação significa mover-se a algum lugar. Nesta hora educação é movimento.
Para que a mudança ocorra é preciso estar atento às oportunidades?
Não pode estar distraído. A música do Zeca Pagodinha, que diz “deixa a vida me levar, vida leva eu”, não serve para a educação. Em educação tem de ser Geraldo Vandré: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer”. É preciso antecipar, planejar e organizar. Ir lá e fazer.
A busca insaciável pela mudança tem a ver com insatisfação?
Existe uma insatisfação positiva e uma negativa, que é a da mera reclamação, resmungo, chateação. A insatisfação positiva quer mais e melhor. As grandes coisas na história da humanidade foram obtidas por homens e mulheres que não tinham uma satisfação por completo em relação ao que faziam. Queriam mais e melhor, mas não queriam só para si.
A educação precisa cuidar com os modismos?
A educação tem muito modismo. Mudar não significa mudar por qualquer razão e nem de qualquer jeito. Significa mudar com planejamento, estudo e avaliação. É preciso trazer aquilo que importa ser guardado e deixar para trás o que tem de ser colocado fora.
A educação como oportunidade ao êxito. A solução está na educação?
A solução está na educação, mas não só nela. Se a educação fosse capaz disso sozinha, o Brasil viveria uma contradição insolúvel. Nós somos a sexta economia mais rica do planeta, mas somos o número 66 em educação. Se fosse automático, como explicaria isso? Se a passarmos a 10.º em educação, seremos o primeiro do mundo [em economia]? Não é assim. Quando comparamos a qualidade da educação, temos de olhar a história do outro país, o investimento que fizeram, o tipo de aporte que conseguiram.
A tecnologia veio para contribuir ou para dificultar?
A tecnologia passou a ser a difusora de uma informação veloz e criou um fenômeno que leva a um choque de tempo. Os alunos são do século 21, nós somos do século 20 e os métodos são do século 19. Quando se junta esses três séculos, há uma colisão que envolve o docente, a família, a autoridade pública e o conjunto da sociedade. Precisamos romper esses atreladores que amarram demais a condição da educação e começar pela valorização do trabalho docente.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/educacao.
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